Um português no topo da relojoaria - SWI

Por um escritor misterioso

Descrição

Há dez anos Carlos Dias fundou a companhia Roger Dubuis. De três funcionários, o fabricante de relógios em Genebra emprega hoje 350 e não pára de crescer. A marca do empresário obcecado pela estética se tornou um fenômeno fashion mundial. Alguns modelos chegam a custar até meio milhão de francos. Os relógios da marca Roger Dubuis são grandes e ruidosos. Alguns modelos parecem até bússolas marítimas de pulso. Porém nem o tic-tac constante dessas peças exclusivas, nem sua aparência extravagante espanta os compradores. Pelo contrário, eles até fazem fila de espera. O cantor britânico Seal tem um deles, assim como sua esposa, a modelo alemã Heidi Klum. A mulher do Sting pagou recentemente 220 mil dólares por um. Tom Cruise e George Bush sênior são outros felizes proprietários do relógio. E no Brasil? A lista é grande e inclui estrelas como o jogador Roberto Carlos, a família Diniz, a modelo Adriane Galisteu, o apresentador Faustão e o comediante Jô Soares. O que essas pessoas tem em comum é cash suficiente para comprar relógios que chegam custar até meio milhão de francos como o exclusivo modelo Excalibur, com dois tourbillons e repleto de ouro 18 quilates. Fuga de Portugal Nascido em 1956 em Agueda, um vilarejo distante 80 quilômetros ao sul do Porto, Portugal, Carlos Dias teve uma vida agitada. Seu pai era dono de uma fábrica de motos e bicicletas e gostava de levar o filho a tiracolo, mostrando o dia-a-dia das oficinas e dos fornecedores. A paixão da mecânica era tanta, que os dois chegaram a fazer um curso de engenharia por correspondência, concluindo com exame e certificado. Aos 18 anos, Carlos Dias pretendia estudar ciências econômicas, mas preferiu abandonar Portugal. A ditadura de Salazar não oferecia o melhor dos ambientes para um jovem que era membro da associação de estudantes comunistas e editor de um jornal clandestino. Quando estourou a Revolução dos Cravos em 25 de abril de 1974, ele estava em Paris estudando ciências políticas. A fábrica do pai terminou sendo confiscada pelo governo de esquerda, assim como muitas outras empresas. Além disso, Carlos Dias foi considerado "desertor" por não ter se apresentado ao serviço militar. Por isso ficou dez anos sem retornar a Portugal. Na França, Dias ganhava a vida através de vários bicos como limpeza em prédios comerciais. Depois ele se tornou gerente de uma cadeia americana de hotéis, chegando a receber um prêmio pela boa performance no trabalho. No início dos anos 80, ele deu uma guinada na vida e foi para a Itália, fazer um curso de aperfeiçoamento na Universidade de Perugia. Nas suas horas livres, Dias se dedicava ao desenho e à pintura, um hobby que cultivada desde os tempos de criança. Sua vida mudou no momento em que o pai de um amigo percebeu suas qualidades de artista. Como dono de uma fábrica de móveis, ele contratou-o para desenhar uma nova linha de produtos, que terminaria sendo um sucesso de vendas. Convencido do talento para a moda, Dias começou a fabricar e comercializar seus próprios móveis. Depois se instalou em Bolonha, onde mudou mais uma vez de ramo: dos móveis, ele passou a criar acessórios de prêt-à-porter como gravatas, cintos, sapatos e camisas, que eram comercializadas em lojas de luxo na Europa. Durante um réveillon em Genebra, ele conheceu sua esposa, uma portuguesa que vivia na Suíça. Por muitos anos o empresário português fez o trajeto entre os dois países, atravessando de carro o túnel do Mont-Blanc. Na Suíça A relojoaria é uma paixão antiga. Ela se iniciou com um fascínio pelo relógio de bolso do avô. - Comecei a colecionar relógios muito cedo. Depois o meu hobby se transformou num negócio e passei a freqüentar feiras de relógios antigos e leilões. Nesse momento me aproximei da relojoaria suíça e conheci os patrões da área – conta. Porém antes de criar sua própria fábrica de relógios, Dias vendeu negócios na Itália para se estabelecer definitivamente na Suíça. Como base de negócios, ele se associou a um relojoeiro desconhecido, que se tornaria mais tarde dono de uma das marcas mais conhecidas mundo. - Em 1993, meu amigo Franck Muller lançou sua própria marca de relógios e eu tive um papel importante nessa empresa no seu início. Fui diretor na fase inicial de lançamento. Depois de dois anos, foi que eu decidi ter meu próprio negócio. Carlos Dias fundou em 1995 a Sociedade Genebrina de Relógios (Sogem SA) com um capital inicial de 100 mil francos e um colaborador. O terceiro funcionário a ser contratado acabaria dando um ano depois o nome definitivo da marca: Roger Dubuis, um mestre relojoeiro de Genebra. - Eu o conhecia desde 1980. Ele era um simples relojoeiro, uma pessoa extremamente modesta que trabalhava num pequeno atelier em Genebra e reparava relógios antigos – lembra-se. Relógios extravagantes A primeira série de relógios da empresa já se destacava pela extravagância, fugindo da discrição tradicional das marcas conhecidas. Se para uns críticos, os produtos seguem o estilo "proletário-chique", para Carlos Dias esse é o gosto da moda. - Essa foi uma tendência que eu criei. Eu penso que hoje 90% da relojoaria, seja de alta ou baixa gama, inspira-se sobre o que eu venho desenhando nos últimos seis anos – afirma Dias. Em abril de 2005, durante a última feira de relógios da Basiléia e de Genebra, as mais importantes do setor, a imprensa especializada confirmou sua visão de relógios caros, coloridos e grandes como cebolas. Outras marcas chiques também já oferecem grandes modelos. Apesar do olhar atravessado de muitos tradicionalistas do setor, o sucesso da marca Roger Dubuis é inquestionável. Criada há dez anos, hoje em dia ela emprega 350 colaboradores e não pára de contratar mais. No fim do ano eles devem ser 450 e até o fim de 2006, 550 funcionários. Apenas nos últimos dois anos a empresa cresceu 72%. Segundo um estudo publicado pelo banco Credit Suisse, o volume de negócios da Roger Dubuis estaria entre 150 milhões e 200 milhões de francos por ano, o que coloca a empresa páreo a páreo com nomes tradicionais do mercado de relógios de luxo como Vacheron Constantin e Girard Perregaux. Obcecado pela estética A sede e fábrica da Roger Dubuis é um prédio moderno, localizado nas proximidades do aeroporto de Genebra. Suas linhas modernas se confundem com o estilo dos relógios da marca. - Toda a criatividade da empresa, indo do prédio onde estamos até o mais simples modelo, é feita por mim. A tônica da Roger Dubuis é extremamente personalizada. Os nossos produtos são uma parte da minha personalidade – avalia o empresário português. Uma pequena sala é o local de trabalho de um grupo de três artistas. Eles pintam à mão placas de cerâmica, que servirão posteriormente de base para alguns relógios. O trabalho é delicado e proíbe falhas. Um dos modelos é uma caravela portuguesa, um desenho feito pelo próprio Dias e entregue para os seus funcionários. - Eu não tenho um ateliê na empresa, mas sim vários. Eu prefiro trabalhar diretamente com os meus colaboradores para discutir os mínimos detalhes de cada produto. Quando estou inspirado, pego a prancheta e desenho algo de novo. A caravela, por exemplo, é uma homenagem ao meu país, Portugal (ouvir áudio) - conta. Ao lado da estética, a fábrica é na realidade um grande parque de máquinas high-tech de última geração que produzem peças com perfeição milimétrica, mas que são depois polidas à mão e montadas nos relógios por mestres relojoeiros. O esmero é recompensado pelo direito de decorar cada produto com o exclusivo selo de qualidade "Poinçon de Genève". Uma nova Chanel? Hoje a Roger Dubuis é um fenômeno fashion. Seus relógios se tornaram um símbolo de status para um grupo reduzido de consumidores. Um dos mistérios da marca é que apenas 28 exemplares são fabricados de cada modelo. Para uma revista brasileira, Dias contou que essa estratégia deve-se a um membro da família do Sultão do Brunei, um bom cliente e para quem o número trazia sorte. A tradição acabou pegando. Com uma fortuna calculada em alguns jornais entre 100 e 200 milhões de francos suíços, Carlos Dias já não quer se limitar à produção de relógios. - Hoje também produzimos jóias, nossa primeira diversificação. Obviamente não queremos diversificar para fazer qualquer coisa, como por exemplo vestuário. Porém não vou dizer que não iremos lançar no futuro um perfume ou outro produto que não prejudique a visibilidade da marca no mercado internacional. No momento não tenho nem a necessidade, nem a intenção de explorar outras áreas. Por enquanto o mercado parece estar dando razão a Dias. No ano passado, ele entrou para o seleto clube das 300 pessoas mais ricas da Suíça. swissinfo, Alexander Thoele
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